João nasceu em Desterro, filho de escravos, sofre uma série de perseguições raciais. Por ser negro, foi impedido de assumir o cargo de promotor público em Laguna. Em 1890 vai para o Rio de Janeiro, onde entrou em contato com a poesia simbolista francesa e seus admiradores cariocas.
Broquéis - É hoje o lançamento do Broquéis, tem a influência de Baudelaire, que traz o mal como algo belo. Neste livro, Cruz e Sousa, usa uma linguagem erudita, fazendo todo um jogo de palavras. Usa a cor branca para representar a espiritualidade, além de elementos vagos. A todo tempo deseja o espírito, mas perde a espiritualidade com o elemento material. Broquéis é um livro de poesia maior. O Simbolismo reflete sua linguagem colorida, exótica e vigorosa; na abstração vaga e diluída de toda a materialidade; na imprecisa mas dominante tendência mística, envolvendo todo um vocabulário litúrgico; na linguagem figurada, constantemente cheia de aliterações e sinestesias; na crescente musicalidade que emana de seus versos. São poemas simbolistas, mas poemas carregados de sentimento e de vigorosas vivências. Poemas que identificam a tortura existencial do poeta, totalmente dedicado à criação poética.
O Professor Massaud Moisés, presente na inauguração da obra, falou com exclusividade ao nosso jornal. Quando perguntando sobre as obras de Cruz e Sousa, ele responde:
Missal e Broquéis trazem algumas das tortuosas e barroquizantes fórmulas sintáticas e alguns dos exotismos lexicais, decerto herdados desenvolvida e aperfeiçoadamente da poesia científica e realista. Apesar de aproximar sua obra dos simbolistas franceses, nota-se em sua poesia a presença do soneto, de um trabalho métrico e rímico muito próximo ao dos parnasianos.
É com muito orgulho que encerramos mais uma edição. Que o Simbolismo permaneça vivo na história do Brasil e dos brasileiros.
Jornal Folha Literária - Edição 223 - Agosto/1893.
Componentes:
Gyselle Christina; José Rafael; Wenderson Almeida;
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